domingo, 15 de dezembro de 2013

Efeitos neurológicos da maconha

  Planta herbácea de clima quente e úmido, originária da Índia, a maconha (Cannabis sativa) pertence à família Moraceae. Farmacologicamente, o principal constituinte psicoativo desse tipo de planta é o tetrahidrocanabinol (THC), um dos 400 compostos da planta, incluindo outros canabinoides, como o canabidiol (CBD), canabinol(CBN), e tetrahidrocanabivarin (THCV). O THC é semelhante amandamida, que é um composto presente pelo organismo de alguns animais.

Estrutura química do Tetra-hidrocanabinol (THC)
Fonte: http://www.brasilescola.com/drogas/maconha.htm



     Quando ocorre a inalação da fumaça, a Cannabis pode produzir vários efeitos subjetivos em humanos: euforia, disforia, sedação, alteração da percepção do tempo, aumento da interferência na atenção seletiva e no tempo de reação, alteração nas funções sensoriais, prejuízo de controle motor, do aprendizado e prejuízo transitório na memória de curto prazo, além de efeitos neurovegetativos como boca seca, taquicardia e hipotensão postural. Efeitos adversos incluem crises de ansiedade, ataques de pânico e exacerbação de sintomas psicóticos existentes.

     Os produtos naturais encontrados na maconha ligam-se aos receptores de canabinóides, que são receptores acoplados a proteína G cujo ligante endógeno é a amandamida, um derivado do ácido araquidônico. Os dois receptores de canabinóide conhecidos são denominados.CB1 e CB2. A anandamida possui propriedades bioquímicas e farmacológicas semelhantes ao THC, encontrado na maconha.

              Estrutura química da Anandamida e do 2-glicerol araquidonii (2AG)

Fonte: Honório et all, 2004

     Os receptores canabinóides  CB1 estão distribuídos em muitas áreas do sistema nervoso central, principalmente nos gânglios basais, cerebelo, hipocampo, córtex, amígdala e núcleo acumbens. Já os receptores CB2 estão localizados em áreas periféricas como, por exemplo, células do sistema imunológico. Em relação aos demais neurotransmissores, seus níveis no cérebro são semelhantes aos de dopamina e serotonina, mas bem menores que os de GABA e glutamato. 

Esquema da localização dos receptores CB1
Fonte:http://saude.hsw.uol.com.br/maconha3.htm

    Assim, ao inalar a fumaça da maconha, o THC vai diretamente para alvéolos sendo absorvidos facilmente. Minutos depois de inalado, o THC cai na corrente sanguínea, chegando até o cérebro. O THC se liga aos receptores canabinoides e ativa os neurônios, influenciando de forma adversa o cérebro. A interação do THC com o cérebro pode causar sentimentos relaxantes, como sensação de leveza, sendo que outros sentidos também podem se alterar.



Fontes:



MARIA, Honório Káthia; AGNALDO, Arroio. Aspectos terapêuticos de compostos da planta Cannabis sativa. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422006000200024&script=sci_arttext





Acessado em 15 de dezembro de 2013.



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